RN DEFINE ÁREA DO PORTO-INDÚSTRIA AINDA ESTE MÊS
O Rio Grande do Norte vai definir até o fim do mês a área onde será construído o novo Porto-Indústria Multipropósito do Estado, que promete ser a base para viabilização da exploração da energia eólica offshore no RN e exportação de outros produtos — como o hidrogênio verde — tornando o Estado pioneiro no segmento. Os estudos preliminares contratados pelo Governo do Estado, ainda em maio de 2021, estão avançando e a última entrega apresentou quatro áreas possíveis para o porto. Com isso, a equipe econômica e energética da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) terá de definir o melhor local para prosseguimento dos estudos.
De acordo com o coordenador energético da Sedec, Hugo Fonseca, as quatro áreas apresentadas pelo projeto contratado junto à UFRN estão localizadas à margem esquerda do Rio Potengi e nas faixas litorâneas das cidades de Touros, Caiçara do Norte e Porto do Mangue. As áreas foram apresentadas em reunião na última segunda-feira (14) pelo professor Mario Orestes Aguirre Gonzalez, do Departamento de Engenharia de Produção da UFRN. “Estamos recebendo os estudos agora, vamos analisar e definir, junto com a equipe técnica e a UFRN, o local desse Porto. Nossa previsão é fazer isso até o dia 28 de março. Toda análise é feita de forma imparcial, baseada em critérios técnicos”, aponta Hugo.
Os estudos apresentam as potencialidades de quatro áreas, levando em conta seis critérios técnicos: disponibilidade de área e infraestrutura, conectividade com rodovias e proximidade com rotas de navegação, profundidade da área marítima, características ambientais, aspectos socioeconômicos e condições meteocenográficas e geológicas.
“Esses critérios foram identificados na literatura, relatórios técnicos e em expertises mundiais. O Porto precisa de área e infraestrutura. O de Natal, por exemplo, para expansão ou para atender o setor eólico, ficou limitado, pois não há área para expansão”, explica o professor Mário González. O grupo de estudo conta com professores do Reino Unido e Dinamarca.
No atual momento, o estudo se encontra na fase II, que foi justamente a seleção das áreas que podem receber o porto. Segundo o professor Mário González e Hugo Fonseca, coordenador energético da Sedec, muito mais do que uma área “mínima” para se instalar um porto dessa magnitude, a área escolhida precisa ser um local com capacidade expansiva para as próximas décadas. A expectativa é de que essa área mínima seja de 5.000 hectáres.
“Para um porto indústria multipropósito ser viável nessa configuração, precisa-se de uma retroárea significativa que permita a expansão e adaptação dele ao longo das próximas décadas. Se o porto não consegue expandir nem se adaptar às novas tecnologias e tipos de mercado que irão surgir, ele é um porto que tende a ser como os demais que operam no Brasil e no mundo. Ele fica limitado muito rápido, e não é intenção nossa”, diz.
TRIBUNA DO NORTE
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